terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Que saudade

Sâo Paulo , 24 de dezembro de 2.009


Que saudade


Que saudade eu tenho do meu tempo de criança
E garanto ... continuo cultivando a esperança
Via minha mãe chegando o nosso barraco
Com a Bíblia na mão e três crianças debaixo do braço

Fui revendo minha vida num instante
As memórias de um tempo tão distante
Me lembro quando a rua ianda era de terra
E na igreja Santa Inês dava pra ouvir as rezas

Era tão legal jogar bola no campinho
Foi alí que fui crescendo e trilhando o meu caminho
Era divertido brincar de "mãe da lata" junto com os meus irmãos
E subir na rabeira e sair correndo no breque do caminhão

Pra beber a tubaína sempre tinha uma "intéra" ( Rateio )
A diretora da escolinha SESI era a dona Vera
A gente pulava o muro pra jogar futebol
E tinha gente de outros bairros pra jogar voleibol

Anos 70 no Brasil a moeda era o Cruzeiro
Com a propaganda do arroz na TV , me apelidaram de brejeiro
Aprendi no dicionário que brejeiro tem malícia
Com dez anos de idade via a ROTA e fugia da polícia

Tinha medo de trovão e gostava da Lua
A maior intimidade Deus me deu foi com as rua
São Paulo , zona norte , eu cresci na capital
Aprendi a ser humilde e quando posso evito o mal

O meu falar é suave com palavras brejeiras
Sou filho de um motorista e uma exímia costureira
Seu nome é senhor Lidio um baiano trabalhador
E a mineira é a dona Osvalda uma serva do Senhor

Tenho quatro irmãs e um irmão
Quando eu penso neles ferve meu coração
Talves eles me vejam como um ser não normal
E eu tento enxergá-los com um olhar especial

Elas são lindas e ele também
Fátima =  espírito guerreiro
Sueli     =  espírito de luz
Carlos  =  espírito de luta
Marisa  = espírito de sabedoria
Rosangela = espírito da verdade
Ivan eu = pobre de espírito
Mamãe = espírito do ventre abençoado

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